Os primeiros raios de sol entram pela cortina entreaberta, o dia está a começar. Levanto-me, e sinto o calor do corpo dele ao meu lado. Olho para o seu rosto e envaideço-me. Que felicidade me dá e que mal me faz. Sei que daqui a nada se levantará e começará o ritual dos arrependimentos "não devíamos...", "se ela descobre..." e eu vou sentir-me desprezível. É a vida. Quem me dera poder mudar isto. Ele abre os olhos e dá-me um bom dia, vejo-o levantar-se e percorro o corpo dele despido em direcção à casa de banho, de onde sei que vai sair vestido e pronto para ir embora. Perco-me por instantes no telemóvel dele, com mensagens de um amor falso e hipócrita. Encontro palavras saudosas e promessas rompidas a cada instante a uma mulher que o espera e o procura em vão do outro lado. Que diferença fazem os votos? Que mudança ocorre com um anel no dedo? Nenhuma. Com arrependimento no coração, levanto-me e começo a reunir os pedaços da minha dignidade espalhados pelo chão do quarto. O amor que lhe sinto não ultrapassa a minha vergonha. Um quarto alugado, quão puta barata que tem de encontrar um buraco escondido para fornicar. Que vergonha, que insensatez, que humilhação. Ele sai da casa de banho e vê as lágrimas a quererem romper os meus olhos. Pergunta-me se quero acabar. Eu digo-lhe que sim. Mais uma vez. Saio do quarto de cara lavada. O mundo e a vida recomeçam ao sair daquela porta. Recebo uma mensagem dele. "Não consigo ficar sem ti, encontra-te comigo de novo, eu arranjo uma desculpa.". E eu partida ao meio, sorrio e respondo-lhe que sim.
ResponderEliminarhttp://susanes.blogspot.pt/2013/07/textos-para-contem-me-tudo-1.html
contributo da Susana Jesus e também acesso ao seu blog onde me deu o miminho de divulgar o meu! Obrigada pela contribuição e também pela divulgação! Visitem-na, que o Susanês é uma língua bem gira de se aprender =)
Depois de algumas horas de paixão ardente, ele beija-me a face e adormece. Não consigo fazer o mesmo. Isto foi apenas uma noite de loucura, nada mais.
Sim, a minha relação perdeu o brilho, a chama. Somos indiferentes à presença um do outro...
Para esquecer a amargura fui a um bar. Lá estava ele. Não o via há anos, mas ele estava na mesma. O tempo não passou por ele... Ele também me reconheceu. Começamos a falar, a beber e às páginas tantas já estávamos em casa dele, envoltos num beijo ardente, selvagem... Pela primeira vez em algum tempo sentia-me desejada e todo o meu corpo explodia de prazer ao seu toque... Foi uma loucura.
Agora, aqui deitada, só penso naquela pessoa que afinal não me é assim tão indiferente. Acho que precisava disto para voltar a sentir aquele amor... É errado, eu sei, mas soube bem.
Mas agora sei que não voltarei a fazê-lo. Adormeço um pouco mais tranquila.
Pela manhã acordo com os seus lábios no meu ombro. Levanto-me com a motivação de um novo dia. Não me arrependo porque este devaneio ajudou a ver a minha relação com outros olhos, e não se repetirá... Enquanto me visto, ele olha-me de alto a baixo, com olhar meigo e carinhoso. Imagino o meu marido a fazer-me isso e apetece-me sorrir. Ao abrir a porta para sair, ele vem atrás de mim, agarra-me pela cintura e dá-me um beijo de despedida.
Sussurra-me ao ouvido: Temos de repetir. Digo que não, que sou casada e não vou perder isso. Beija-me novamente e acabo por ceder. Amanhã, depois do trabalho, cá estarei...
Os primeiros raios de sol entram pela cortina entreaberta, o dia está a começar. Levanto-me, e sinto o calor do corpo dele ao meu lado. Olho para o seu rosto e envaideço-me. Que felicidade me dá e que mal me faz. Sei que daqui a nada se levantará e começará o ritual dos arrependimentos "não devíamos...", "se ela descobre..." e eu vou sentir-me desprezível. É a vida. Quem me dera poder mudar isto. Ele abre os olhos e dá-me um bom dia, vejo-o levantar-se e percorro o corpo dele despido em direcção à casa de banho, de onde sei que vai sair vestido e pronto para ir embora. Perco-me por instantes no telemóvel dele, com mensagens de um amor falso e hipócrita. Encontro palavras saudosas e promessas rompidas a cada instante a uma mulher que o espera e o procura em vão do outro lado. Que diferença fazem os votos? Que mudança ocorre com um anel no dedo? Nenhuma. Com arrependimento no coração, levanto-me e começo a reunir os pedaços da minha dignidade espalhados pelo chão do quarto. O amor que lhe sinto não ultrapassa a minha vergonha. Um quarto alugado, quão puta barata que tem de encontrar um buraco escondido para fornicar. Que vergonha, que insensatez, que humilhação. Ele sai da casa de banho e vê as lágrimas a quererem romper os meus olhos. Pergunta-me se quero acabar. Eu digo-lhe que sim. Mais uma vez. Saio do quarto de cara lavada. O mundo e a vida recomeçam ao sair daquela porta. Recebo uma mensagem dele. "Não consigo ficar sem ti, encontra-te comigo de novo, eu arranjo uma desculpa.". E eu partida ao meio, sorrio e respondo-lhe que sim.
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Depois de algumas horas de paixão ardente, ele beija-me a face e adormece. Não consigo fazer o mesmo. Isto foi apenas uma noite de loucura, nada mais.
ResponderEliminarSim, a minha relação perdeu o brilho, a chama. Somos indiferentes à presença um do outro...
Para esquecer a amargura fui a um bar. Lá estava ele. Não o via há anos, mas ele estava na mesma. O tempo não passou por ele... Ele também me reconheceu. Começamos a falar, a beber e às páginas tantas já estávamos em casa dele, envoltos num beijo ardente, selvagem... Pela primeira vez em algum tempo sentia-me desejada e todo o meu corpo explodia de prazer ao seu toque... Foi uma loucura.
Agora, aqui deitada, só penso naquela pessoa que afinal não me é assim tão indiferente. Acho que precisava disto para voltar a sentir aquele amor... É errado, eu sei, mas soube bem.
Mas agora sei que não voltarei a fazê-lo. Adormeço um pouco mais tranquila.
Pela manhã acordo com os seus lábios no meu ombro. Levanto-me com a motivação de um novo dia. Não me arrependo porque este devaneio ajudou a ver a minha relação com outros olhos, e não se repetirá... Enquanto me visto, ele olha-me de alto a baixo, com olhar meigo e carinhoso. Imagino o meu marido a fazer-me isso e apetece-me sorrir. Ao abrir a porta para sair, ele vem atrás de mim, agarra-me pela cintura e dá-me um beijo de despedida.
Sussurra-me ao ouvido: Temos de repetir. Digo que não, que sou casada e não vou perder isso. Beija-me novamente e acabo por ceder. Amanhã, depois do trabalho, cá estarei...